segunda-feira, 23 de agosto de 2010

BRASIL, CHORO POR TI

Brasil, choro por ti, Pátria amada,
de dores mil.
És tu, meu povo, rico ou pobre
e sem temor...
servil.
Festejas cada ano novo
independência não tiveste
jamais!
Celebras apenas anseios, pois,
nunca foste
forte e livre
de alheio ardil.
Brasil amado, tu és sugado
por interesses estrangeiros
e até de brasileiros,
de cunho vil.
Te querem rico e grande
produzindo riquezas muitas,
para opressor sutil.
Mas querem, também,
que sejas pequeno e fraco,
sem poder proclamar-te
dono do teu pedaço de céu de anil.

Brasil, choro por ti, amada terra,
que insana guerra
corrompe sem cessar
sepulta o patriotismo,
que tantos heroísmos,
já fez desabrochar.
Vozes ainda ecoam,
com lamentos e gemidos
silenciam canções
de esperança no amanhã.
“Liberdade! ainda que tardia.”
Vem, de há muito
esta luta inglória,
minando as forças,
neste afã.
“Independência ou morte!”
Triste sina, triste sorte:
querem nos render agora
a adeptos da revolução.
E o povo, desiludido,
mal-informado, persuadido,
não levanta a voz para bradar:
Chega!  Basta!
de ímpios acordos
astutas farsas
grilhões que ameaçam
nossa soberania
subjugam nossa cidadania
a ideologias de pérfidos desvaríos.

Povo meu, cidadão brasileiro,
desperta!
Vê que destroem tua mãe gentil.
Mesquinhas falanges
de orgulho senil
roubam-te o sangue
qual vampiros loucos.
E logo, aos poucos
à garganta te colocarão
uma coleira e te levarão
pra dormir
num estranho canil.
Povo meu, filho deste chão,
acorda!
Se amas a terra em que nasceste
recobra a consciência!
Descobre o véu  da inocência
despe-te da ignorância
e ergue os olhos ao céu.
O Cruzeiro do Sul te abençoa
e te acena a gritar
como o índio Sepé:
“Alto lá, esta terra tem dono!
não me venham com má-fé!”
Com certeza Chico Mendes
também te convoca a resistir
e junto aos demais a construir
a  muralha da  resistência:
a  nossa  clara consciência
e a fé no porvir.
Busca a nova aurora de tua vida
de tua Pátria, solo sagrado
enfim, livre de pensamento
terra de paz  e de fartura.
Ama com ternura
faz tua parte
por nosso pobre e triste
gigante Brasil!
                           Nélsinês

(Publicado na II Coletânea da Casa do Poeta de Canoas)

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